Os diferentes tipos de distribuição de produtos
“Marketing
como ferramenta logística é um dos processos da cadeia de suprimentos.
Sua atividade hoje é de interligar o cliente ao restante da cadeia.
Muito sabemos da sua importância, mas, como função logística vai além do
simples fato do atendimento ao cliente e vendas. Tem a ver com o
posicionamento da empresa em relação ao mercado.”
Dalva Santana
O produtor além de escolher qual o
melhor tipo de canal para realizar a introdução dos seus produtos no
mercado, também deverá optar pelo tipo de distribuição desejada, podendo
esta ser do tipo intensiva, seletiva ou exclusiva.
Vejamos agora as características de cada tipo.
A Distribuição Intensiva
Esse tipo de distribuição deverá ser utilizado quando o objetivo da empresa for dar ampla cobertura ao mercado onde atua.
A meta é distribuir a maior quantidade
de produtos ao maior número de clientes, independente da segmentação.
Muitas vezes, o produtor no intuito de distribuir intensivamente seus
produtos, deixa de lado alguns critérios na hora da seleção dos
intermediários que utilizará em seu canal de distribuição. Qualquer
intermediário que deseje participar do canal é bem-vindo.
O objetivo é estar intensivamente no mercado e tornar-se conhecido no mesmo. Para isso, quanto maior for a exposição, melhor.
Esse tipo de distribuição é muito
utilizado para produtos de conveniência, cujos consumidores não desejam
procurar muito para encontrá-los, adquirindo-os no primeiro local em que
encontrá-los disponíveis.
Refrigerantes, cigarros, água mineral e bombons são sempre distribuídos dessa forma.
A Distribuição Seletiva
Como o próprio nome sugere, esse tipo de
distribuição inicia-se a partir de uma seleção dos intermediários que
irão participar do canal de distribuição dos produtos. A grande
preocupação é em relação à imagem do produto no mercado.
Diferente da distribuição intensiva onde
qualquer intermediário era aceito, na distribuição seletiva não há o
interesse de deixar qualquer intermediário participar na distribuição
dos produtos. O fabricante decide de acordo com critérios baseados em
estudos de mercado qual intermediário é interessante para seus produtos.
Os produtos de consumo do tipo “de
escolha”, cujas marcas já sofreram fidelização por parte dos
consumidores preferem ser distribuídos dessa forma.
Conforme Dias, “esse tipo de
distribuição é recomendado principalmente para os bens de compra
comparada de médio e/ou alto valor unitário e para alguns bens de
especialidade de baixo valor unitário”.
A Distribuição Exclusiva
Dos tipos de distribuição esse é o mais
específico, pois se trata de selecionar e escolher que intermediários
irão trabalhar com exclusividade, na distribuição dos produtos em
determinadas regiões ou com determinadas linhas.
Segundo Las Casas, “a distribuição
exclusiva pode ser usada para produtos de especialidade ou que tenham
produção limitada, e que o fabricante tenha interesse em formar urna
imagem de prestígio, vendendo através de poucos intermediários”.
Mesmo que alguns produtos possam ser
dirigidos a um número maior de consumidores, alguns produtores preferem
utilizar um canal de distribuição menos, para com isso atingir apenas um
número seleto de pessoas.
Quanto menos intermediários trabalhando num determinado ramo, mais fácil para evitar concorrente da mesma linha.
· Vantagens e desvantagens da Distribuição Exclusiva
Apesar de distribuição exclusiva
funcionar como um elemento motivador para os distribuidores, pois os
mesmos recebem dos fabricantes todas as vantagens por trabalharem
exclusivamente para seus produtos, ela apresenta o problema de deixar
nas mãos de apenas um ou poucos a responsabilidade pela venda dos
produtos.
Nesse caso, o vendedor não tem com quem compartilhar os efeitos da comercialização.
Segundo Souza e Platt, “o sistema de
distribuição faz parte de uma estratégia de longo prazo da empresa que
visa maximizar a utilidade do tempo, de lugar e de posse. Existem vários
tipos de estruturas alternativas de distribuição que as empresas podem
adotar, como distribuição direta de produtor para varejista, de produtor
para atacadista, de produtor para representantes, entre outros”.
Somente depois que todos os aspectos
anteriormente estudados forem analisados é que o mercadólogo poderá ter
condições de eleger qual o melhor tipo de distribuição para seus
produtos, sem esquecer o segmento que se deseja atingir.
Os Sistemas de Canais de Distribuição dos Produtos Vertical / Horizontal
Uma das grandes e atuais preocupações dos profissionais da área de marketing é em relação ao nível de controle que os mesmos podem exercer sobre os intermediários que formam o canal de distribuição dos produtos. A questão é que se não houver um esforço cooperativo de todos os intermediários que formam o canal, nenhum esforço de marketing será suficiente para atingir as metas estabelecidas pelas empresas. Se não houver cooperação é impossível o alcance das metas, por mais simples que elas sejam.
Por conta desse problema é que as
empresas trabalham para obter o maior controle possível do desempenho
dos intermediários que trabalham na distribuição de seus produtos.
Segundo Ana Márcia Pádua de Almeida,
“através do sistema vertical de marketing o trabalho do distribuidor é
monitorado pelos fabricantes, principalmente no que tange a aspectos
chaves, como por exemplo, o planejamento de vendas, administração de
estoques, treinamento de vendedores, planos de propagandas e promoções”.
Assim algumas empresas procuram obter o controle de seus intermediários através do Sistema Vertical de Marketing.
Os Sistemas Verticais de Marketing
Também chamados de Programação
Distribuída, representam as cadeias administradas de intermediários e
podem ser classificadas em três principais tipos:
· Sistema Cooperativo – neste tipo de
sistema uma empresa adquire outra dentro do canal. Por exemplo, se um
fabricante adquirir uma empresa do tipo varejista, esse fabricante
passará a ter todo o domínio sobre a distribuição do seu produto. Porém,
o contrário também poderá acontecer, ou seja, um varejista poderá se
tornar proprietário de uma empresa fabricante, no intuito de obter maior
controle no canal de distribuição. Nos dois casos o fabricante
trabalhará de acordo com as necessidades e exigências do varejista.
· Sistema Administrado – neste caso a
força que a marca tem no mercado e/ou a força política são requisitos
básicos para a existência desse tipo de sistema. Por exemplo, se uma
marca é líder na preferência da maioria dos consumidores do segmento em
que a mesma atua, ela terá muito mais facilidade de obter a cooperação
dos intermediários na venda de seus produtos do que uma marca ainda
desconhecida no mercado. Esse tipo de controle administrado depende de
um conjunto de esforços desenvolvido pelo fabricante no intuito de
conseguir o apoio de seus intermediários.
· Sistema Contratual – a existência
desse sistema depende da existência de um contrato operacional entre
todos os membros, canal de distribuição. Esse tipo de sistema pode
ocorrer em três diferentes níveis:
1. Sistema contratual a nível de
distribuição – ocorre geralmente em forma de franquias, como no caso das
massas, do macarrão e dos refrigerantes. Alguns fabricantes licenciam
seus distribuidores para fabricar e distribuir seus produtos;
2. Sistema contratual a nível de varejista – as concessionárias de veículos trabalham através desse sistema. Elas são licenciadas pelos fabricantes a lhes representarem;
3. Sistema contratual a nível de serviço – é o caso das empresas de serviços que licenciam outras a atuarem em seu nome. A rede americana de fast food Mc Donald´s é um exemplo desse tipo de sistema. Nesse caso o licenciado ou franqueado deverá obedecer a uma série de exigências feita pela empresa proprietária da marca.
2. Sistema contratual a nível de varejista – as concessionárias de veículos trabalham através desse sistema. Elas são licenciadas pelos fabricantes a lhes representarem;
3. Sistema contratual a nível de serviço – é o caso das empresas de serviços que licenciam outras a atuarem em seu nome. A rede americana de fast food Mc Donald´s é um exemplo desse tipo de sistema. Nesse caso o licenciado ou franqueado deverá obedecer a uma série de exigências feita pela empresa proprietária da marca.
Os Sistemas Horizontais de Marketing
Esses sistemas ocorrem quando uma empresa adquire uma concorrente sua.
Adquirindo seus concorrentes essas empresas conseguem participar mais mais intensamente dos canais de distribuição.
Porém, esse tipo de aquisição é monitorado de perto pelo Governo, para evitar a formação de monopólios.
Esse tipo de sistema permite que as empresas cresçam e ganhem escala, pois aumentam seu número de pontos de venda.
No nordeste, o Grupo Pão de Açúcar vem
adquirindo muitos supermercados menores, aumentando assim, ainda mais
sua rede. Dessa mesma forma o Banco Itaú tem multiplicado sua quantidade
de agências.
Grandes grupos como o Pão de Açúcar e
Itaú procuram não somente aumentar sua quantidade de clientes, mas
também estar mais perto dos mesmos. Para isso, investem fortemente em
ações de marketing de relacionamento.
A nível de varejo, as empresas
necessitam otimizar a logística de distribuição dos produtos que
revendem, por isso, algumas investem na construção de centros de
distribuição em localizações estratégicas para diminuir o tempo de
entrega aos clientes. Os gastos de entrega também são diminuídos com a
construção desses centros de distribuição, podendo assim, haver uma
diminuição no preço final dos produtos.
A fabricante de produtos inox Tramontina
gastou aproximadamente U$$ 7 milhões com a ampliação de seus armazéns
nos Estados Unidos.
Na maioria das vezes, o investimento é
compensado em forma de fidelização do cliente, que fica satisfeito ao
receber sua mercadoria em um curto espaço de tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário