quarta-feira, 3 de julho de 2013

Ter um “fusca e violão”? Nunca mais!

Ainda observando as manifestações e as movimentações que aconteceram nos últimos dias em todo país, tenho conversado com vários jovens para poder compreender as diversas opiniões e uma delas me chamou atenção. O Gerente de Operações de Negócios, Joel Quarenta, acha que a geração dele, a geração Y, é muito exigente e quer tudo para ontem. “É preocupante esse discurso egoísta, pois percebo que nossa geração pouco (ou nada, mesmo) fala sobre o legado que deixaremos à geração Z”, comentou Joel.
Para o Gerente de Operações, os Ys são fracos em educação pública e excelente em produção televisiva de massa. E propõe que esta mesma geração seja aquela que vá mudar esse cenário. “Temos uma enorme responsabilidade com o pessoal que virá depois de nós. OK, nossos filhos podem, se quiserem, ‘ter um Fusca e um violão, ser Flamengo e ter uma ‘nega’ [licença poética, então, com licença] chamada Teresa, mas temos de dar condições de, se quiserem, serem ‘band leaders’, ou, ainda, excelentes escritores, arquitetos, marceneiros, jardineiros, e de serem respeitados não só pelos seus amigos e camaradinhas, mas por todos, em qualquer lugar, não só lá em casa”, disse ele.
Ter um “fusca e um violão” não é a aspiração do jovem, ele está mais sofisticado. Seu primeiro carro tem que ser de luxo e não é com o violão que ele se manifesta e, sim, através de um smartphone com câmera HD e conexão total na internet. Os tempos realmente mudaram, mas o que o Joel levanta é muito real e atual: o legado para as próximas gerações.
Fernanda Thees, administradora de empresa e orientadora de carreira, diz que muitas vezes os RHs das empresas têm preferido pessoas de faculdades medianas, que conhecem melhor a realidade e que darão valor ao trabalho que têm, que serão mais comprometidas e, dessa forma, terão tanto sucesso quanto outros podem ter, pois sempre encontram o mesmo perfil de profissional nos processos seletivos. “Eles querem tudo na mesma hora, do jeito deles, mas nem sempre se empenham. Olham apenas para si mesmos e não sabem o que está ao redor. Mas é claro que não dá para generalizar. Por isso, para ilustrar, indico o trabalho de Eduardo Lyra: http://www.jovensfalcoes.com.br/, explicou Fernanda.
Joel ainda acredita que esta é a hora de os Ys colocarem suas ambições na pauta do dia e lembrarem que precisam deixar um mundo com muito mais do que Carnaval em fevereiro para as próximas gerações. “Temos de aprender a votar e a cobrar de nossos governantes, mas, acima de tudo, a fazer as coisas nós mesmos. Precisamos deixar um legado, e precisamos começar ontem. Se conseguirmos, essa, sim, será a nossa razão da simpatia, do poder, do algo mais e da alegria”, concluiu ele.
Vejo que os jovens já começaram a se movimentar e os primeiros resultados já começam a aparecer: redução no preço das tarifas de ônibus; derrubada da PEC 37; lei que define corrupção como crime hediondo. Essas são as primeiras conquistas, mas para deixar um legado e uma marca, o jovem de hoje ainda precisa se mexer muito.
Então, mãos à obra!

Fonte: http://exame.abril.com.br

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