Há na atualidade indícios claros de que a predisposição para a depressão está a aumentar de modo preocupante entre os jovens. A tendência patológica para a autocompaixão, o abatimento e a melancolia aparecem cada vez com maior frequência e em idades mais jovens.
Se bem que a tendência para a depressão tenha uma origem parcialmente genética, esta é potenciada por hábitos mentais pessimistas que, quando se dão, predispõem quem sofre deles a sentir-se abatido ante os pequenos contratempos da vida (problemas escolares, falta de entendimento com os pais, dificuldades nas suas relações sociais, etc. ). O que resulta mais revelador é que muitas das pessoas com tendência para a depressão estavam profundamente dominadas por hábitos mentais pessimistas antes de cair nela, e isto faz pensar que lutar contra esses hábitos é uma boa maneira de prevenir.
Todos nós sofremos de fracassos que momentaneamente nos submergem numa situação de impotência ou desmoralização. Porque é que umas pessoas saem prontamente dessa situação, enquanto outras ficam fechadas nela como numa armadilha?
Cada pessoa tem uma maneira para explicar e enfrentar os acontecimentos que a afetam. As pessoas pessimistas tendem a explicar os sucessos desagradáveis com razões de tipo pessoal (é culpa minha), com caráter permanente (há de ser sempre assim) e projetando de forma expansiva sobre o futuro (isto vai arruinar a minha vida completamente). Com essa atitude, a sensação de fracasso já não é algo do passado e do presente, mas converte-se numa negra antecipação do futuro: tudo vai ser assim, por minha culpa e para sempre.
As pessoas otimistas são totalmente opostas: há coisas que não dependem de mim, as más situações não vão durar sempre, nem ocupam toda a vida, apenas uma pequena parte dela.
Que se pode fazer para passar de um estilo pessimista para um otimista?
Não é uma pergunta simples, se bem que talvez a chave esteja em aprender a mudar um pouco a maneira de pensar, o estilo com que explicamos as coisas que nos afetam e a atribuição das causas do que nos sucede. Como dizia J. Escrivã de Balaguer, “não chegarás a conclusões pessimistas se te aperfeiçoares”.
- E pensas que esses estilos são de nascimento?
Se bem que sempre haja uma determinação genética dessa propensão otimista ou pessimista, influencia de modo decisivo a aprendizagem pessoal, e desde tenras idades. Por exemplo, um menino de sete anos terá uma maneira muito pessoal de explicar as coisas que lhe sucedem. Antes dessa idade, os meninos são sempre otimistas, razão pela qual não há depressões nem suicídios nos meninos pequenos (houve meninos de cinco anos que cometeram assassinatos, mas nunca atentaram contra a sua própria vida).
- E o que é que determina essa forma de enfrentar as coisas?
Sobretudo, a maneira como os pais explicam cada coisa que sucede. Um menino ouve continuamente comentários sobre os acontecimentos da vida diária. As suas antenas estão sempre desdobradas, e sente um inesgotável interesse em encontrar explicações para as coisas. Busca com insistência os porquês. O pessimismo e o otimismo dos pais e irmãos é recebido pelo menino como se fosse a própria estrutura da realidade.
Outro elemento decisivo é a maneira como os adultos – pais, outros familiares, os seus professores, a criada, etc. – valorizam ou criticam o comportamento das crianças. As crianças fixam muito, e não só o conteúdo da censura, mas também a forma como é feita.
Por exemplo, é muito diferente se as reprimendas ou censuras se baseiam em causas permanentes ou em questões conjunturais. Se a um menino ou a uma menina se disse: “Disseste uma mentira”, “Não estás a tomar atenção”, “Estudaste pouco para este teste de Matemática”, ou frases semelhantes, recebê-las-á como observações baseadas em descuidos ocasionais e específicos que pode superar.
Em contrapartida, se lhe disser habitualmente: “És um mentiroso”, “Estás sempre distraída”, “És muito má a matemática”, etc., o menino ou a menina entenderá isso como algo permanente nele, e muito difícil de evitar.
A forma de educar
Dificulta ou favorece
A motivação
O mundo emocional de cada um dificulta ou favorece a sua capacidade de pensar, de sobrepor-se aos problemas, de manter com constância alguns objetivos. Por isso, a educação dos sentimentos estabelece um limite da capacidade de fazer render os talentos de cada um.
A esperança não consiste simplesmente em aguardar com otimismo que a boa sorte nos bata à porta, em ter “pensamentos positivos”, mas na certeza de que aos passos corretos e constantes está prometido o objetivo bom que procuramos. Quando se vai no caminho certo, quando se trabalha nos alicerces de uma coisa boa, ter esperança é ter a certeza de que se chega.
Tudo aquilo que é bom se pode alcançar. Tudo se consegue. Pouco a pouco. A seu tempo. E há frutos que, por serem tão grandes, só chegarão depois de nós passarmos.
É bom que tenhas grandes objetivos, ideais elevados e nobres. Mas deves considerar que, precisamente por serem grandes e elevados, só podem estar no final de um caminho longo, frequentemente cheio de obstáculos; e que não é sensato procurar atalhos para chegar a eles.
Se alguém te quiser oferecer a noz descascada, a vitória sem combate, o diploma sem a sabedoria, foge depressa. Encher-te-ias de vazio.
Quando queres resultados rápidos em coisas grandes – quando prescindes do esforço prolongado, da lentidão, dos métodos apropriados a um objetivo – saltas para fora da realidade. Podes magoar-te e magoar outras pessoas. Tudo o que fizeres a partir desse ponto não te levará a nenhum lugar. Será tudo falso, por ter perdido esse ajustamento à realidade a que chamamos verdade. Hás de ver que te apodrecerá nas mãos, mais cedo ou mais tarde.
A tua impaciência, porém, não é necessariamente um defeito. Ela pode ser como o vento que empurra o navio. Serve-te dela não para te poupares a esforços, mas para te obrigares a crescer todos os dias. Para aperfeiçoares os teus gestos. Para te tornares mais capaz de ir longe e alto.
Se bem que a tendência para a depressão tenha uma origem parcialmente genética, esta é potenciada por hábitos mentais pessimistas que, quando se dão, predispõem quem sofre deles a sentir-se abatido ante os pequenos contratempos da vida (problemas escolares, falta de entendimento com os pais, dificuldades nas suas relações sociais, etc. ). O que resulta mais revelador é que muitas das pessoas com tendência para a depressão estavam profundamente dominadas por hábitos mentais pessimistas antes de cair nela, e isto faz pensar que lutar contra esses hábitos é uma boa maneira de prevenir.
Todos nós sofremos de fracassos que momentaneamente nos submergem numa situação de impotência ou desmoralização. Porque é que umas pessoas saem prontamente dessa situação, enquanto outras ficam fechadas nela como numa armadilha?
Cada pessoa tem uma maneira para explicar e enfrentar os acontecimentos que a afetam. As pessoas pessimistas tendem a explicar os sucessos desagradáveis com razões de tipo pessoal (é culpa minha), com caráter permanente (há de ser sempre assim) e projetando de forma expansiva sobre o futuro (isto vai arruinar a minha vida completamente). Com essa atitude, a sensação de fracasso já não é algo do passado e do presente, mas converte-se numa negra antecipação do futuro: tudo vai ser assim, por minha culpa e para sempre.
As pessoas otimistas são totalmente opostas: há coisas que não dependem de mim, as más situações não vão durar sempre, nem ocupam toda a vida, apenas uma pequena parte dela.
Que se pode fazer para passar de um estilo pessimista para um otimista?
Não é uma pergunta simples, se bem que talvez a chave esteja em aprender a mudar um pouco a maneira de pensar, o estilo com que explicamos as coisas que nos afetam e a atribuição das causas do que nos sucede. Como dizia J. Escrivã de Balaguer, “não chegarás a conclusões pessimistas se te aperfeiçoares”.
- E pensas que esses estilos são de nascimento?
Se bem que sempre haja uma determinação genética dessa propensão otimista ou pessimista, influencia de modo decisivo a aprendizagem pessoal, e desde tenras idades. Por exemplo, um menino de sete anos terá uma maneira muito pessoal de explicar as coisas que lhe sucedem. Antes dessa idade, os meninos são sempre otimistas, razão pela qual não há depressões nem suicídios nos meninos pequenos (houve meninos de cinco anos que cometeram assassinatos, mas nunca atentaram contra a sua própria vida).
- E o que é que determina essa forma de enfrentar as coisas?
Sobretudo, a maneira como os pais explicam cada coisa que sucede. Um menino ouve continuamente comentários sobre os acontecimentos da vida diária. As suas antenas estão sempre desdobradas, e sente um inesgotável interesse em encontrar explicações para as coisas. Busca com insistência os porquês. O pessimismo e o otimismo dos pais e irmãos é recebido pelo menino como se fosse a própria estrutura da realidade.
Outro elemento decisivo é a maneira como os adultos – pais, outros familiares, os seus professores, a criada, etc. – valorizam ou criticam o comportamento das crianças. As crianças fixam muito, e não só o conteúdo da censura, mas também a forma como é feita.
Por exemplo, é muito diferente se as reprimendas ou censuras se baseiam em causas permanentes ou em questões conjunturais. Se a um menino ou a uma menina se disse: “Disseste uma mentira”, “Não estás a tomar atenção”, “Estudaste pouco para este teste de Matemática”, ou frases semelhantes, recebê-las-á como observações baseadas em descuidos ocasionais e específicos que pode superar.
Em contrapartida, se lhe disser habitualmente: “És um mentiroso”, “Estás sempre distraída”, “És muito má a matemática”, etc., o menino ou a menina entenderá isso como algo permanente nele, e muito difícil de evitar.
A forma de educar
Dificulta ou favorece
A motivação
O mundo emocional de cada um dificulta ou favorece a sua capacidade de pensar, de sobrepor-se aos problemas, de manter com constância alguns objetivos. Por isso, a educação dos sentimentos estabelece um limite da capacidade de fazer render os talentos de cada um.
A esperança não consiste simplesmente em aguardar com otimismo que a boa sorte nos bata à porta, em ter “pensamentos positivos”, mas na certeza de que aos passos corretos e constantes está prometido o objetivo bom que procuramos. Quando se vai no caminho certo, quando se trabalha nos alicerces de uma coisa boa, ter esperança é ter a certeza de que se chega.
Tudo aquilo que é bom se pode alcançar. Tudo se consegue. Pouco a pouco. A seu tempo. E há frutos que, por serem tão grandes, só chegarão depois de nós passarmos.
É bom que tenhas grandes objetivos, ideais elevados e nobres. Mas deves considerar que, precisamente por serem grandes e elevados, só podem estar no final de um caminho longo, frequentemente cheio de obstáculos; e que não é sensato procurar atalhos para chegar a eles.
Se alguém te quiser oferecer a noz descascada, a vitória sem combate, o diploma sem a sabedoria, foge depressa. Encher-te-ias de vazio.
Quando queres resultados rápidos em coisas grandes – quando prescindes do esforço prolongado, da lentidão, dos métodos apropriados a um objetivo – saltas para fora da realidade. Podes magoar-te e magoar outras pessoas. Tudo o que fizeres a partir desse ponto não te levará a nenhum lugar. Será tudo falso, por ter perdido esse ajustamento à realidade a que chamamos verdade. Hás de ver que te apodrecerá nas mãos, mais cedo ou mais tarde.
A tua impaciência, porém, não é necessariamente um defeito. Ela pode ser como o vento que empurra o navio. Serve-te dela não para te poupares a esforços, mas para te obrigares a crescer todos os dias. Para aperfeiçoares os teus gestos. Para te tornares mais capaz de ir longe e alto.
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