segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Estudo diz que trabalhador bonito tem melhor salário

Ananda Nobre, 27, chegou rapidamente ao posto de gerente do hotel em que trabalha. Além da formação, uma característica que a ajudou, diz, "foi a beleza física". "No ramo em que atuo, no qual se lida com o público, boa aparência causa impacto positivo. Tenho mais facilidade [na vida profissional] do que se tivesse uma apresentação ruim."

De acordo com o economista americano Daniel Hamermesh, Nobre não é uma exceção. Ele publicou recentemente o livro "Beauty Pays" (em tradução livre, "A Beleza Remunera"). A obra reúne vários estudos e conclui que pessoas bonitas recebem salários maiores.

  Ananda Nobre, hoje gerente em um hotel de São Paulo, diz que a beleza física a ajudou no início de carreira

Ananda Nobre, hoje gerente em um hotel de São Paulo, diz que a beleza física a ajudou no início de carreira

CONCEITO
O trabalho de Hamermesh não estabelece padrões para o que é ser bonito --o economista "driblou" essa questão. No estudo mais abrangente do livro, um grupo de avaliadores classificou a beleza do rosto de 2.774 profissionais. "Pessoas olham para fotos ou para indivíduos e [em geral] concordam sobre quem tem boa aparência ou não", justifica. "Claro, nem sempre há unanimidade."

O estudo concluiu que os trabalhadores americanos colocados entre os 7% mais feios ganham até 17% menos do que os 33% considerados mais bonitos. Hamermesh afirma ter verificado os efeitos da beleza em todas as profissões que pesquisou, incluindo professores, publicitários e economistas.

Mariá Giuliese, diretora-executiva da consultoria em aconselhamento de carreira Lens & Minarelli, diz que o mercado de trabalho valoriza a beleza física, mas que essa é uma preferência "inconfessável" dos empregadores.

COMPETÊNCIA
"Se beleza pagasse as contas, eu estaria perdido", diz José Luiz Tejon, 59, executivo que atualmente dá aulas na FGV (Fundação Getulio Vargas) e na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing). Ele sofreu um acidente doméstico quando tinha quatro anos. Ficou com o rosto severamente marcado e, mesmo depois de muitas cirurgias plásticas, tem cicatrizes.

"Se [a aparência] atrapalhou a vida profissional, eu não vi. Sempre tive a capacidade de fazer as coisas com o que tinha à mão." Tejon diz que, por ter sido bem-sucedido, inclusive ao realizar palestras, o acidente "talvez tenha até ajudado". "Acho que a personalidade é a grande marca das pessoas. Mas se alguém, além de possuir consistência, talento e boa formação, é bonito, pode ter facilidade no arranque."
Fonte: Folha Online - 11/09/2011

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