sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Eficácia ou eficiência? Eis a diferença



Nesta segunda-feira, ao propor a adoção do lema "Mais eficiente, mais transparente e mais pacífica" para as Olimpíadas de 2016, um ouvinte me escreveu sugerindo a troca de "eficiente" por eficaz.
Trata-se de uma palavra parecida, com significado correlato e ainda assim desigual.
Ser eficiente significa realizar tarefas com qualidade, acertar no resultado. Já ser eficaz é dedicar esforços para fazer o que deve ser feito. Em outras palavras, o eficiente faz certo a coisa, já o eficaz faz a coisa certa. Sentiu a diferença?
Um cozinheiro pode fazer o melhor filé à cubana do mundo, mas se o cliente pede um filé à parmegiana, o mestre-cuca será eficiente, não eficaz. Ele fará o que lhe foi pedido, mas o bife não será o melhor "à parmegiana" do mundo. Falta-lhe o ingrediente da destreza, da habilidade, da qualidade ou para resumir: o temperinho da eficácia.
Outro exemplo: uma secretária limpa o escritório e deixa os móveis brilhando. A mesa está arrumada, tudo organizado, praticamente impecável, se não fosse por ela ter se esquecido de deixar a agenda sobre a mesa do chefe. Ela fez tudo certo, mas não fez a coisa certa. Foi eficiente, mas deixou a eficácia embaixo do tapete.
Ou ainda: um escritor recebe a encomenda de um artigo, produz um belíssimo conto erótico, sendo que a revista é religiosa. Acertou na palavra, mas errou feio no discurso.
Nosso ouvinte tem razão. O Rio 2016 tem que ser eficiente e eficaz, fazer certo o que deve ser feito, sempre da melhor forma. Não exagerar na dose, não fazer pirotecnia desnecessária, não abusar da sensualidade carioca, não gastar mais do que tem. O Rio tem que se exercitar para continuar sendo uma cidade bela, também transparente, justa e eficaz.
Aliás, um outro ouvinte escreveu apresentando nova proposta:
"Mais justa, mais íntegra, mais limpa". Por que não? Mãos à vassoura!

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