Relatório "O Estado dos Pais do Mundo", em tradução livre, tem 288 páginas analisando quase 700 estudos de vários países onde este tipo de informação está disponível.
Filhos se tornam mais felizes e bem-educados quando seus pais participam mais ativamente e, desde cedo, da educação e das tarefas das crianças, defende um relatório recém-divulgado por uma organização ativista.Os próprios pais que participam mais ativamente da educação dos filhos também são beneficiados, com melhoras observadas na saúde física e mental.
O relatório State of the World's Fathers ("O Estado dos Pais do Mundo", em tradução livre) foi o primeiro publicado pelos ativistas da MenCare e tem 288 páginas analisando quase 700 estudos de vários países onde este tipo de informação está disponível.
"Quando os homens assumem um papel de 'cuidador', pesquisas mostram que o envolvimento do pai afeta a criança da mesma forma que o envolvimento da mãe. O envolvimento dos pais foi ligado a um maior desenvolvimento cognitivo e melhor desempenho na escola, mais saúde mental para meninos e meninas e taxas menores de delinquência entre os filhos", afirmou o relatório.
De acordo com o documento, estudos em vários países mostraram também que a interação do pai é importante para o desenvolvimento da empatia e habilidades sociais de filhos e filhas.
A organização afirma que o relatório não pretende ser um antagonista da relação entre filhos e mães ou colocar as mães em segundo plano.
"(O relatório) Complementa a importante defesa (feita pelo relatório) 'Estado das Mães do Mundo', que é publicado pela Save the Children desde 1999, e do 'Estado das Crianças do Mundo', que é publicado pela Unicef desde 1996."
Pais mais saudáveis
O documento da MenCare também afirma que os pais que se envolvem mais na criação dos filhos são mais felizes e saudáveis.
"Homens que têm um envolvimento profundo com os filhos relatam que este relacionamento é uma das mais importantes fontes de bem-estar e felicidade", afirma o relatório.
"Estudos mostram que pais que relatam conexões próximas e não violentas com os filhos vivem mais, têm menos problemas de saúde mental ou física, são menos propensos ao abuso de drogas, mais produtivos no trabalho e relatam ser mais felizes do que os pais que não relatam esta conexão com os filhos."
O relatório também afirma que pais mais envolvidos permitem que mulheres e meninas consigam atingir seus potenciais completos, no presente e para as futuras gerações.
"Globalmente, as mulheres ganham, em média 24% menos do que os homens, em grande parte devido à carga maior no trabalho de cuidadoras. Ao dividir o (trabalho) de cuidadores e o trabalho doméstico, homens dão apoio à participação das mulheres na força de trabalho e à igualdade das mulheres em geral."
O documento também afirma que o maior envolvimento dos pais nessas tarefas influencia gerações futuras levando as filhas a escolherem mais carreiras consideradas masculinas e que pagam melhores salários e os filhos a encararem com mais naturalidade trabalhos domésticos.
Mais envolvimento
O relatório afirma que o envolvimento dos homens nos cuidados com a família está aumentando em algumas partes do mundo, mas não é igual ao das mulheres em nenhum dos países.
"Mulheres agora são mais cerca de 40% da força de trabalho formal do mundo, mas elas também continuam fazendo entre duas a dez vezes mais trabalhos com os filhos e trabalhos domésticos do que os homens."
"Um estudo de tendências na participação dos homens (nessas tarefas) realizado entre 1965 e 2003 em 20 países descobriu um aumento de, em média, seis horas por semana na contribuição de homens casados e empregados no cuidado com as crianças e tarefas domésticas."
De acordo com o documento da MenCare, dados compilados no Brasil, por exemplo, mostraram que o tempo que as mulheres passam em trabalhos não pagos (cuidados com a família) e trabalhos domésticos caiu um pouco entre 2001 e 2011, de 24 horas para 22 horas por semana."
Mas, o relatório lembra que, neste mesmo período, o tempo que os homens passaram fazendo trabalhos domésticos ou cuidado da família aumentou "apenas oito minutos, de dez horas por semana para dez horas e oito minutos."
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