terça-feira, 22 de novembro de 2011

Grandes obras (e investimentos) para a infraestrutura

Obras bilionárias e exemplos do exterior poderiam beneficiar o Brasil
Infraestrutura é um assunto crítico no Brasil. Temos carências logísticas diversas, embora pareça haver dinheiro para investimentos. O problema é que eles são mal alocados. Não há um plano de desenvolvimento de longo prazo, onde o foco seja na infraestrutura que alavancará a competitividade a médio e longo prazo. Tapar buracos gera mais mídia e mais resultado no curto prazo do que fazer o planejamento de uma malha ferroviária que interligue as diversas regiões do Brasil. Por outro lado, um sistema ferroviário moderno é capaz de reduzir custos de transporte e aumentar a segurança do transporte de cargas, o que aumenta o PIB e os investimentos privados em diversas regiões do país. Mas não existe um plano como este.
grandes obras de infraestrutura 
Enquanto a matriz de transportes brasileira segue dependente do modal rodoviário – caro, inseguro e com estradas esburacadas – nossa infraestrutura continuará cara e atrasada. Em jogadas midiáticas, o governo ainda busca fazer investimentos pontuais de bilhões de Reais, em obras que não temos necessidade e sem os estudos de viabilidade devidamente feitos. É o caso do trem-bala ligando Rio a São Paulo, que recebe críticas e não desperta interesse da iniciativa privada, pois não se mostra economicamente viável. Este é o exemplo de uma obra que não ajuda a infraestrutura do país, mas onde serão disperdiçados bilhões em investimentos que poderiam ser melhor alocados.
Vejamos alguns exemplos do exterior. Na Inglaterra, ministros estão criando um plano de 50 bilhões de libras (US$ 80 bilhões de dólares) em investimentos nos setores imobiliário e de transportes com a participação do setor privado. O programa é parte central de uma estratégia de promoção do crescimento a ser divulgada pelo governo em 29 de novembro. Com a crise da zona do euro piorando as perspectivas da economia britânica, a Inglaterra cria formas de estimular o crescimento da economia. Fontes do governo disseram que uma parte-chave do programa de crescimento do governo é a promoção de investimentos em infraestrutura. Os planos do governo inglês são que o dinheiro do setor privado administrado por fundos de pensão e companhias de seguro financiem programas de infraestrutura. O governo espera que os investidores privados, frustrados com os baixos juros pagos pelos bônus dos governos, invistam nos programas de infraestrutura.
Rússia e Estados Unidos, antigos inimigos de guerra, estudam uma obra ainda mais espetacular. Autoridades da Rússia anunciaram planos ambiciosos de construir uma ferrovia subterrânea que conectará o país aos Estados Unidos. A construção sem precedentes passaria sob os 105 quilômetros das águas gélidas do Estreito de Bering. A obra teria o dobro do comprimento do Túnel do Canal da Mancha, que liga a Grã-Bretanha à França. A estimativa é de que somente o túnel pelo qual passará a ferrovia custará entre US$ 10 e US$ 12 bilhões e será concluído dentro de 10 a 15 anos. Repare como o custo é reduzido, quando comparado ao estudo do trem-bala brasileiro, que opera na superfície e em temperaturas amenas, com custos estimados em mais de 30 bilhões de reais.
É de obras e de comprometimentos deste tipo que precisamos para que o Brasil avance e supere seus problemas em infraestrutura logística.

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