terça-feira, 15 de novembro de 2011

A evolução do apoio logístico no Exército Brasileiro


Em maio de 1821, durante a regência de D. Pedro I, foi criado o Quartel-Mestre General, que recebeu encargos referentes ao rancho da tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de acampamento, ao arreamento e aos utensílios usados no Exército. Essa organização militar perdurou até 24 de outubro de 1896, quando foi substituída pelo que é considerado o embrião da Diretoria Geral de Intendência do Exército: a Intendência Geral de Guerra.
A Intendência Geral de Guerra funcionou até 1908, sendo substituída pelo Departamento de Administração e Intendência de Guerra.
Em dezembro de 1915, foi criado o Departamento de Intendência, no Ministério da Guerra. Os seus órgãos técnicos eram a Diretoria de Administração e a Intendência da Guerra.
A Intendência da Guerra tinha a missão de assegurar ao corpo de tropa e às fortalezas e estabelecimentos militares o fornecimento do material necessário à alimentação, ao vestuário, ao equipamento, ao alojamento, ao arreamento e ao transporte. Era o órgão operacional do Serviço de Intendência e se organizava em quatro divisões e uma oficina de alfaiates.
Em outubro de 1920, foi aprovado o Regulamento para o Serviço de Intendência da Guerra, considerado a Lei Orgânica do Serviço de Intendência. Nele estavam contidas as atribuições da Intendência. Nesse ano foi criada a Diretoria de Administração da Guerra, órgão subordinado à Secretaria da Guerra, com a missão de gerir e administrar o provimento de material.
Como decorrência disso, foi organizada, em 1921, a Diretoria Geral de Intendência (DGI), que começou a funcionar no dia 1º de dezembro daquele ano. A DGI passou a cumprir os encargos que cabiam as extintas Diretoria de Administração da Guerra e a Intendência da Guerra.
Com a eclosão da II Guerra Mundial, o Exército Brasileiro passou a adotar a doutrina e as técnicas vigentes no Exército norte-americano. Disso resultou uma necessidade de reformulação do Serviço de Intendência, o que veio a impor a criação do Quadro de Material Bélico (QMB).
O QMB foi instituído para prover as necessidades em pessoal especializado para o exercício de comando, chefia e direção de órgãos da Alta Administração do então Ministério da Guerra, das diretorias de Suprimento, Manutenção e Fabricação de Material Bélico, das fábricas, dos arsenais, dos parques, dos depósitos e das unidades de manutenção.
Nos dias atuais o Serviço de Intendência integra quatro sistemas de primeira ordem: o Sistema Operacional, o Sistema de Ensino, o Sistema Logístico e o Sistema de Economia e Finanças.
Nos sistemas Operacional, Logístico e de Economia e Finanças os encargos referem-se principalmente à execução das atividades inerentes à Intendência, enquanto no de Ensino visam à formação e capacitação dos recursos humanos.
O Serviço de Intendência, em sua evolução histórica, deixou de cumprir exclusivamente missões relacionadas com a gestão de fundos e o suprimento de classe I. Também passou a exercer outros encargos, tais como: transporte de pessoal e de todas as classes de suprimento; suprimentos de classes II, III e produtos acabados de outras classes, em campanha; serviço de banho, lavanderia e sepultamento em campanha; suprimentos reembolsáveis; administração financeira; controle interno; e informática.
O Quadro de Material Bélico tem solidificado seu papel no apoio logístico às operações militares. A importância do QMB tem sobressaído na supervisão e execução rotineiras de manutenção e fornecimento de suprimentos.
Os últimos conflitos ratificaram a importância cada vez maior da Logística nas operações militares. Mais do que multiplicador do poder de combate, a Logística passou a ser definidora do curso das guerras. Isso só ressalta o papel desempenhado pelo Serviço de Intendência e pelo Quadro de Material Bélico no âmbito do Exército Brasileiro.
No final do século XX, o Exército Brasileiro, como resposta às necessidades de integração e racionalização dos meios logísticos, extinguiu o Departamento de Material Bélico e o Departamento-Geral de Serviços e criou o Departamento Logístico (D Log).
O D Log passou a realizar, de forma centralizada, todas as funções logísticas – prever, prover e manter – relativas à área de material. Para isso, foi estruturado em diretorias identificadas com as atividades de suprimento, transporte, mobilização e manutenção.

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