sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Coerência X inovação



Coerência é uma qualidade importante para os líderes, é isso que lhes dá legitimidade. Significa não haver distância entre o discurso e a prática. Líderes não podem dizer uma coisa e fazer outra, sem dúvida. Só que coerência está ligada a valores, que são, sim inegociáveis, e não a modernidade e inovação, que exigem ousadia, o que não é incoerente com a coerência. Dunga foi coerente com seus princípios, mas será que foi coerente com o futebol brasileiro?
Vejamos alguns exemplos do mundo das empresas e dos negócios:
Será que a Apple do Steve Jobs foi incoerente quando era uma fábrica de computadores e começou a produzir tocadores de música e telefones? Será que McDonald foi incoerente com seus princípios de fornecer hambúrgueres quando começou a oferecer saladas para seus clientes? Será que o colégio Positivo, lá de Curitiba, foi incoerente quando começou a fabricar computadores e virou o maior fabricante do Brasil? Claro que não, o que os líderes destas empresas fizeram não foi incoerente, foi inovador, ousado, moderno.
Coerência não negocia princípios. Por exemplo: disciplina é um princípio, principalmente em um grupo de atletas. Por isso dá para entender a não convocação do Adriano e até do Ronaldinho. Mas não convocar os melhores jogadores do time (Neymar e Ganso) que está apresentando os melhores resultados do país que tem o melhor futebol do mundo não é coerência, é teimosia.
De acordo com a lógica, coerência é ausência de contradição. E a contradição, neste caso, está em dispensar o futebol moderno, alegre, rápido e vencedor e optar pela tradição, ainda que esta tenha trazido, até agora, os resultados desejados. Em tempos de modernidade, não vale mais o velho ditado de que “em time que está ganhando não se mexe”. Se mexe, sim, pois no mundo inteiro os concorrentes estão mexendo em seus times.

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